Dos pacientes
que passam pela cirurgia de redução de estômago, 87% têm reganho de peso dois
anos depois da intervenção. 'Choques metabólicos' e/ou acompanhamento
psicológico são necessários para esses casos.
Um dos principais medos de quem sempre
lutou contra a balança é voltar a ganhar os quilos que foram perdidos depois de
uma rotina de dietas e exercícios físicos, às vezes cumpridos a duras penas. No
caso dos pacientes bariátricos, como são chamados os obesos que passaram pela
cirurgia de redução de estômago, pesquisas apontam que 87% deles têm reganho de
peso dois anos depois da intervenção.
Quem
fornece o dado é o médico Ronny Cipriano, especialista em Metabolismo e Medicina
do Esporte e Membro do American College of Sports
Medicine, que atende em seu consultório no Rio de Janeiro muitos desses
exemplos de reganho de peso.
No caso desses grupos, o médico afirma
que um dos responsáveis pela recuperação da gordura perdida é a compulsão
alimentar, uma patologia básica associada à obesidade. “Quando o paciente faz a
cirurgia, há uma limitação temporária de ingestão de alimento, mas muitos
começam a sabotar o tratamento porque o transtorno compulsivo não foi tratado”,
explica Cipriano.
“Alguns engordam de novo porque voltam
a comer sorvete, chocolate e outras coisas do tipo, mas tenho visto com mais
frequência o peso do uso de bebida alcoólica neste processo. Muitas vezes, a
bebida tem mais calorias que um prato de refeição: uma dose de uísque tem 88 calorias
e a cerveja tem 52 calorias por 200 ml”.
Ronny Cipriano diz
que a compulsão alimentar é um problema que requer atenção de um psicólogo, por
isso o acompanhamento com um profissional da área acontece no pré e no
pós-operatório. “A ideia é neutralizar o ato voraz de se alimentar com rapidez,
mas depois da cirurgia também se recomenda atividade física, que melhora o sono
e promove a readaptação de músculos e ossos, além de alimentação de três em
três horas e reposição de vitaminas” explica o especialista apontando ainda que
um efeito comum nos bariátricos que têm reganho de peso é a sensação de
frustração e fracasso. “Nesses casos é fortalecer o acompanhamento psicológico
ou até iniciar tratamento com antidepressivos”.
O especialista aponta que outro
aspecto do reganho de peso tem a ver com o próprio metabolismo da pessoa. “No
passado recente, jogavam a culpa da obesidade na preguiça e na indisciplina das
pessoas, mas com a descoberta de hormônios como a leptina, que controla a
saciedade, viu-se que a manutenção do peso não depende só da vontade do
paciente. Existe todo um mecanismo interno que controla a fome, além de
alterações genéticas e da flora intestinal”, justifica.
Segundo o médico, quando emagrecemos,
as células de gordura “murcham”, diminuindo também a produção de hormônios como
a insulina e a leptina. Uma consequência no curto prazo é a diminuição da
vontade de comer, mas o cérebro entende que há uma carência nutricional e
“manda” o corpo comer mais para repor o estoque de energia. “Por isso em dietas
muito restritivas e grandes emagrecimentos o corpo tende a reganhar o peso
muito rápido”.
Ele também acrescenta que a medicina atual tem
catalogados 19 hormônios envolvidos no processo de reganho de peso. “Depois de
um tempo, o organismo ‘trava’ a perda mesmo com uma rotina de alimentação
saudável e exercícios quatro vezes por semana”, diz. Isso vale tanto no
emagrecimento clínico (com remédios e dietas), quanto no cirúrgico. Em quem
precisa perder até 10% do peso esse efeito é menos problemático, bastando se
manter dentro da dieta.
Nos casos em que a perda foi maior, a
estratégia para driblar a tendência do organismo de estancar a perda de
gordura, o que segundo Danilo, é uma reavaliação para promover “choques
metabólicos”. “Nesse ponto, é necessário modificar o estímulo, seja mudando a
dieta completamente ou buscando alternativas de modalidades esportivas ou
remédios”.
“Obesidade é doença crônica, ou seja, não pode parar o tratamento”, explica o profissional. O parâmetro mais comum para se identificar a obesidade é o IMC (Índice de Massa Corporal), que leva em conta peso e altura – acima de 30 o paciente já é considerado obeso e tem indicação de tratamento com remédios para driblar a tendência do metabolismo em recompensar a privação do alimento.
Dr. Ronny Cipriano
Site: www.ronnycipriano.com.br
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